Abordagem integrada para avaliar a qualidade da água e avaliação de risco para a biota aquática na Baía Negra, Pantanal, Brasil
Resumo
A Área de Proteção Ambiental Baía Negra (APABN) localizada no Pantanal Sul-Mato-Grossense, representa uma importante unidade de conservação sujeita a consideráveis pressões ambientais resultantes de atividades humanas, como a agricultura e a mineração. Este estudo avaliou o impacto dessas atividades na qualidade da água e seus efeitos toxicogenéticos em peixes nativos. Foram analisados parâmetros físico-químicos e metais (Cd, Pb, Cr, Ni, Fe, Mn, Cu e Zn) na água e em macrófitas (Eichhornia sp.) coletadas em três pontos ao longo do Rio Paraguai. Para avaliação da composição e estrutura da paisagem na APABN, foi utilizada uma zona de amortecimento de 20 km. Os resultados mostraram que as concentrações de Cd, Pb, Cr, Ni, Fe e Cu excederam os limites legais estabelecidos pela CONAMA N° 357/2005, com níveis de Fe superiores ao limite, representando um risco significativo para a biota aquática. As macrófitas acumularam altas concentrações de Fe, indicando biodisponibilidade e potencial transferência trófica. Além disso, foram observadas alterações genotóxicas e mutagênicas, incluindo anormalidades nucleares e micronúcleos em eritrócitos de peixes, evidenciando uma exposição crônica a contaminantes. Esses achados ressaltam a necessidade de programas de biomonitoramento de longo prazo e medidas regulatórias para mitigar os riscos ambientais da contaminação por metais e proteger a biodiversidade do Pantanal.
Palavras-chave: áreas úmidas do Pantanal, bioindicadores aquáticos, genotoxicidade, impactos antrópicos.
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