Contaminação por agrotóxicos em água para consumo humano no estado de Sergipe, Brasil (2014-2022)
Resumo
A presença de agrotóxicos na água para consumo humano é uma preocupação crescente em todo o mundo. No Brasil e principalmente em Sergipe são escassos os estudos que avaliam a contaminação por agrotóxico em seus mananciais. O objetivo do estudo foi avaliar a presença de agrotóxicos em água destinada ao consumo humano nos municípios do estado de Sergipe, no período entre 2014-2022. As informações dos agrotóxicos foram extraídas do Sistema de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA). Para realizar a análise de contaminação por agrotóxicos em cada município, foram consideradas as concentrações, frequência absoluta e relativa de ocorrência dos agrotóxicos bem como o número de vezes em que os valores máximos permissíveis (VMP), estabelecidos pela legislação brasileira e europeia foram ultrapassados. Em 60% dos municípios foram encontradas amostras contaminadas das quais 8,8% ultrapassaram o VMP do Brasil e 80% da Europa. Em 41 municípios os agrotóxicos mais presentes são classificados como classe I (extremamente tóxico). Entre os agrotóxicos mais frequentemente encontrados nas amostras destacam-se o "DDT+DDD+DDE" com concentrações 3,6 vezes acima do VMP para legislação brasileira. Para a legislação europeia, os agrotóxicos que apresentaram valores acima dos limites estabelecidos foram 2,4D + 2,4,5T, Clorpirifós, Carbendazin, Glifosato, Manconzebe, Metamidofós, Profenofós e Tebuconazol que apresentaram valores entre 35 e 92 vezes. Os resultados deste estudo fornecem uma visão abrangente da contaminação por agrotóxicos na água destinada ao consumo humano em Sergipe e destaca a urgência e a importância de medidas de controle e monitoramento efetivas para reduzir a contaminação e proteger a saúde da população sergipana.
Palavras-chave: água para abastecimento público, qualidade da água, saúde coletiva.
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