Avaliação da eficácia do protocolo de monitoramento da qualidade ambiental para riachos amazônicos: uma revisão sistemática

  • Roberta Maués-Silva Departamento de Controle de endemias. Secretaria de Estado da Saúde do Pará (SESPa), Travessa Lomas Valentinas, n° 2190, CEP: 66095-770, Belém, PA, Brazil.
  • José Max Barbosa Oliveira-Junior Instituto de Ciências e Tecnologia das Águas. Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Avenida Vera Paz, s/n, CEP: 68040-255, Santarém, PA, Brazil.
  • Gabriel Martins da Cruz Instituto de Ciências Biológicas. Universidade Federal do Pará (UFPA), Rua Augusto Corrêa, n° 1, CEP: 66075-110, Belém, PA, Brazil.
  • Leandro Schlemmer Brasil Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde. Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Avenida Universitária, n° 3500, CEP: 78698-000, Pontal do Araguaia, MT, Brazil.

Resumo

A Floresta Amazônica é renomada por sua extraordinária biodiversidade e pelo difundido desmatamento. A remoção da vegetação natural impacta significativamente os riachos amazônicos, levando a alterações em suas condições ambientais. Nos Estados Unidos, a Agência de Proteção Ambiental desenvolveu um protocolo abrangente para monitorar mudanças na qualidade ambiental dos rios. Desde 2011, a Rede Amazônica Sustentável implementou esse protocolo em riachos amazônicos. Nossa revisão sistemática teve como objetivo abordar as seguintes questões: i) Quão amplamente o protocolo foi utilizado em riachos amazônicos? ii) A utilização desse protocolo está bem distribuída na bacia amazônica? iii) Quais tipos de uso da terra foram avaliados com esse protocolo? iv) Quais componentes da biota aquática foram estudados em conjunto com o protocolo? v) Quais métricas do protocolo são mais cruciais para elucidar a distribuição da biota aquática? Conduzimos buscas nas bases de dados Web of Science e Google Scholar, identificando 34 estudos que se alinharam diretamente com nossos objetivos. Observou-se que a Amazônia Oriental teve o maior número de rios avaliados. Além disso, insetos aquáticos surgiram como uma ferramenta eficaz quando utilizados junto ao protocolo para avaliar os impactos das mudanças no uso da terra. Por fim, as métricas mais importantes para avaliar os impactos na biota aquática foram a disponibilidade de abrigo nos canais, o estado de preservação das florestas ripárias e a qualidade da água. Recomendamos o desenvolvimento de uma versão simplificada desse protocolo para facilitar sua aplicação em equipes de pesquisa com recursos financeiros limitados e um número restrito de pessoal disponível para trabalho de campo.

Palavras-chave: biomonitoramento, conservação aquática, ecologia de riachos, eficiência de amostragem, mudança de uso da terra.


Publicado
12/03/2024
Seção
Artigos