O papel dos comitês de bacia nos processos de licenciamento ambiental: um estudo de caso do comitê de bacia do rio Sorocaba e Médio Tietê (SP)

  • Fernanda Fernandez Chinaque Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sorocaba, SP, Brasil
  • André Cordeiro Alves Dos Santos Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sorocaba, SP, Brasil Departamento de Biologia (DBio).
  • Ismail Barra Nova de Melo Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sorocaba, SP, Brasil Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH)
  • Silvio César Moral Marques Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Sorocaba, SP, Brasil Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH)
Palavras-chave: gestão de bacias hidrográficas, proteção das águas, políticas públicas, CBH-SMT

Resumo

Uma das funções dos CBHs é promover discussões sobre os possíveis impactos ambientais e socioambientais de empreendimentos que pretendem estabelecer-se na região da Bacia Hidrográfica. Entretanto, qual é o impacto do comitê nesses processos de licenciamento ambiental? Eles assumem o seu papel nos processos de aplicação de políticas públicas voltadas para a proteção das águas? Com o objetivo de contribuir para o entendimento da participação dos CBHs nos processos de licenciamento ambiental, de empreendimentos impactantes aos recursos hídricos, a presente pesquisa adotou como estudo de caso o comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê, e utilizou como ferramenta de análise os documentos de três processos de licenciamento ambiental de Aterros Sanitários que passaram pelo CBH-SMT. Nos casos dos Aterros com localização nos municípios de Sorocaba/SP e Iperó/SP, o órgão licenciador ignora as posições do comitê. Em relação ao Aterro com localização em Araçariguama/SP, o órgão referencia o comitê em poucos pontos de sua manifestação, e na maioria, contrário às posições do comitê. As reflexões dos resultados sugerem que o poder do comitê é minimizado nas análises de EIA, se comparado à proposta de gestão descentralizada e democrática das águas no Brasil. Entretanto, eles podem estar contribuindo para a inquietação da população e estimulando seu protagonismo nas tomadas de decisão. Ainda assim, os CBHs não devem se contentar como estimuladores da população, mas sim buscar seu fortalecimento para tornarem-se instrumentos de aplicação de políticas públicas voltadas para a proteção dos recursos hídricos.


Publicado
23/11/2017
Seção
Artigos