Efeito na circulação e na renovação das águas em um complexo estuarino lagunar brasileiro, devido às variações do aporte fluvial e do vento

  • Cynara de Lourdes da Nóbrega Cunha Departamento de Engenharia Ambiental. Universidade Federal do Paraná (UFPR), Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, nº 100, CEP: 81530-000, Curitiba, PR, Brazil.
  • Ada Cristina Scudelari Laboratório de Geotecnologias Aplicadas, Modelagens Costeira e Oceânica (GNOMO). Departamento de Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Campus Universitário, s/n, CEP: 59078-970, Natal, RN, Brazil.
  • Danilo de Oliveira Sant'Ana Departamento de Engenharia Ambiental. Universidade Federal do Paraná (UFPR), Avenida Coronel Francisco Heráclito dos Santos, nº 100, CEP: 81530-000, Curitiba, PR, Brazil.
  • Teresa Elane Bezerra Luz Laboratório de Geotecnologias Aplicadas, Modelagens Costeira e Oceânica (GNOMO). Departamento de Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Campus Universitário, s/n, CEP: 59078-970, Natal, RN, Brazil.
  • Mariana Kummer da Rocha Pinheiro Laboratório de Geotecnologias Aplicadas, Modelagens Costeira e Oceânica (GNOMO). Departamento de Engenharia Civil. Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Campus Universitário, s/n, CEP: 59078-970, Natal, RN, Brazil.
Palavras-chave: circulação hidrodinâmica, complexo estuarino lagunar Mundaú/Manguaba, tempo de residência.

Resumo

O Complexo Estuarino Lagunar Mundaú-Manguaba está localizado no litoral do estado de Alagoas, no nordeste do Brasil, é formado por duas lagunas rasas, Mundaú e Manguaba, que constituem um sistema de lagunas sufocadas, conectadas com o oceano Atlântico por um conjunto de canais estreitos com uma única saída, que altera a sua posição dinamicamente. Este trabalho investiga como as variações do aporte fluvial e do vento influenciam a circulação hidrodinâmica, a renovação das águas, a salinidade e a temperatura nas lagunas usando o Sistema de Hidrodinâmica Ambiental computacional, SisBaHiA®. Os valores da posição da superfície livre obtidos pelo modelo foram confrontados com dados medidos em dois pontos do complexo, apresentando uma boa concordância. As análises foram realizadas para as estações seca e chuvosa e para um evento extremo, com vazões dos rios muito elevadas. O sistema de canais das lagunas é um filtro eficiente na redução os efeitos da maré nas lagunas. Dentro das Lagunas de Manguaba e Mundaú, as amplitudes da maré são reduzidas em cerca de 90% e 80%, respectivamente, em comparação com a fronteira aberta. O tempo de residência calculado variou entre 11 e 365 dias para a laguna Manguaba e entre 2 e 180 dias para Mundaú, permitindo identificar possíveis áreas de estagnação. Os resultados do modelo de transporte de sal e calor mostram um prolongado período com baixas concentrações de salinidade e uma lenta recuperação dos valores de salinidade após o período chuvoso; a temperatura da água nas lagunas apresenta pouca variação espacial e temporal.


Publicado
29/03/2021
Seção
Artigos