Consequências hidrológicas da mudança de uso da terra de floresta para pastagem na região da floresta tropical pluvial Atlântica (doi:10.4136/ambi-agua.927)

  • Luiz Felippe Salemi Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
  • Juliano Daniel Groppo Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
  • Rodrigo Trevisan Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
  • Gustavo Bicci Seghesi Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
  • Jorge Marcos de Moraes Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
  • Silvio Fronsini de Barros Ferraz Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz" - Universidade de São Paulo
  • Luiz Antonio Martinelli Centro de Energia Nuclear na Agricultura - Universidade de São Paulo
Palabras clave: Floresta Atlântica, água, solo, recursos hídricos

Resumen

A floresta tropical pluvial Atlântica é um dos ecossistemas mais ameaçados do Brasil. A degradação deste grande ecossistema ocorre desde o descobrimento do país. Poucos estudos investigaram a hidrologia de microbacias na região deste bioma. A totalidade dos estudos existentes se restringe a ecossistemas cuja cobertura é de florestas naturais. Nesse contexto, este trabalho elucida as consequências hidrológicas da conversão de floresta em pastagem nos domínios da floresta atlântica ombrófila densa. Para tanto, foram medidos o escoamento superficial, a vazão, a condutividade hidráulica do solo, o potencial matricial da água do solo de uma microbacia coberta por pastagem durante um ano. Os resultados indicam que a conversão de floresta ombrófila densa para pastagem promove a redução da condutividade hidráulica próximo à superfície do solo. Entretanto, como as chuvas predominantes são de baixa intensidade, essa redução na permeabilidade do solo à água não implica necessariamente em um aumento substancial de escoamento superficial. Em relação ao potencial matricial da água do solo, a pastagem apresentou valores sempre maiores que os da floresta durante a estação seca. Esse aumento da umidade do solo sobre o uso de pastagens implica em maior drenagem de água rumo ao lençol freático. Este fato explica os maiores valores do coeficiente de deflúvio. Assim, ao converter uma microbacia coberta por Floresta Tropical Atlântica em pastagem, espera-se uma maior conversão de chuva em vazão em termos anuais. Todavia, o aumento do deflúvio ocorre em detrimento da altíssima biodiversidade e da alta proteção do solo quando o solo está coberto por florestas.

Publicado
26/12/2012
Sección
Articulos